Sobre

Introdução

Nos últimos anos, tem se consolidado um movimento internacional de conexão e integração entre comunidades de estudantes e profissionais brasileiros atuantes nas áreas de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação (ECT&I) no exterior. Inicialmente espontâneo, esse movimento é resultado do aumento do fluxo migratório acadêmico, da crescente internacionalização da ciência brasileira e da promoção de encontros entre integrantes da diáspora, muitas vezes com o apoio das Embaixadas do Brasil em diferentes países.
Esse processo culminou na criação da Rede Sabiá, uma articulação que tem fomentado a colaboração entre essas comunidades, promovendo o intercâmbio de ideias e experiências, a discussão de desafios comuns e a organização de atividades conjuntas. As ações realizadas por meio da Rede vêm gerando oportunidades concretas de cooperação, divulgação de iniciativas e desenvolvimento de projetos com impacto direto no Brasil.

Atuação das Comunidades

Nos diversos países em que atuam, os profissionais brasileiros em ECT&I formam redes locais e internacionais que visam tanto a socialização quanto a cooperação profissional com o Brasil. Essas redes contribuem de maneira ativa para a ciência brasileira por meio de iniciativas como colaborações em pesquisas, orientação de estudantes, oferta de cursos, participação em bancas de concursos e programas de pós-graduação, entre outras.
A formalização da Rede Sabiá representa um avanço importante na estruturação desse movimento internacional, reunindo comunidades diversas em diferentes estágios de maturidade — algumas com mais de 40 anos de existência, outras mais recentes, muitas vezes estabelecidas a partir de eventos promovidos pelas Embaixadas brasileiras no escopo do programa Diplomacia da Inovação, do Governo Federal.
Essas comunidades mantêm, em muitos casos, uma relação estreita com os Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTEC) das Embaixadas, e já foram reconhecidas como atores relevantes nos ecossistemas locais de inovação, conforme registrado na Série de Mapeamentos de Ambientes Promotores de Inovação no Exterior.

Organização da Rede Sabiá

Embora a Rede Sabiá esteja aberta à participação ampla da diáspora, busca-se que sua gestão seja composta por representantes de comunidades já consolidadas em seus países. Essa diretriz visa garantir que as discussões e posicionamentos da Rede sejam baseados em visões coletivas, construídas a partir de debates locais e contextos específicos, e não apenas em perspectivas individuais.
Com o intuito de estimular a formação de novas comunidades em países onde esse movimento ainda não se estruturou, será publicado um Guia para Formação de Redes de Diáspora, com orientações práticas e estratégias para a organização de iniciativas locais.
As comunidades atualmente mapeadas pela Rede Sabiá incluem aquelas nos seguintes países:

  • Alemanha (Rede APOENA)
  • França (PUB Paris, APEB-FR)
  • Estados Unidos (PUBs, SciBR)
  • Japão (ABRJ)
  • Áustria, Eslovênia e Eslováquia (Brasös)
  • Itália (Diaspora Ricercatori)
  • Suíça (Rede Brasil-Suíça)
  • Reino Unido (ABEP-UK)
  • Espanha (APEC)
  • Portugal (APEB-Coimbra)
  • Movimentos supranacionais: PUBs, SciBR, BRASA, BRAIN, Núcleo de Vivências, Estudos e Lutas de (Ex-)Bolsistas do Brasil no Exterior

Essa diversidade garante à Rede uma visão abrangente e o acesso a boas práticas de ensino, pesquisa, extensão e inovação aplicadas em diferentes contextos internacionais.

Compromisso com o Brasil

A promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira por meio da ECT&I é um objetivo central para os membros dessas comunidades. Muitos foram formados em escolas e universidades públicas no Brasil, contando com bolsas de estudo ao longo de sua formação, e compartilham o compromisso de retribuição ao país. Mesmo aqueles que não passaram diretamente por essa trajetória expressam o desejo de contribuir com o desenvolvimento nacional e com a redução das desigualdades sociais.

Há um entendimento comum de que o conhecimento é um bem precioso, e de que, mesmo à distância, é possível cooperar com o Brasil de forma significativa. Além das contribuições acadêmicas tradicionais, como pesquisa, ensino e extensão, há o interesse em compartilhar experiências internacionais, apoiar pesquisadores brasileiros no exterior e participar da formulação de políticas públicas que fortaleçam o sistema nacional de ECT&I e promovam melhorias na sociedade brasileira.

Embora muitas dessas ações já sejam realizadas de forma voluntária, existe o desejo de que elas sejam formalizadas, reconhecidas e integradas a políticas públicas consistentes e de longo prazo, com metas claras e impacto direto para o país.

Histórico

Os participantes desse movimento de integração vêm se reunindo periodicamente para compartilhar boas práticas, acolher novos integrantes, debater temas de interesse comum e, principalmente, discutir formas de contribuir com o desenvolvimento da ECT&I brasileira, mesmo a partir do exterior.

Além desses encontros regulares, as comunidades articuladas também promovem eventos voltados aos interesses da diáspora científica e acadêmica, convidando especialistas, representantes do governo e da academia para atualizações sobre políticas públicas, programas em andamento e tendências nas áreas de atuação.

Esses encontros não apenas fortalecem os laços entre os membros da diáspora, como também ampliam a capacidade de articulação e impacto das ações desenvolvidas por essas redes.

Ações concretas já resultaram dessa Integração, gerando um impacto na comunidade no Brasil e no exterior. Dentre elas:

  • 4 (quatro) Encontros entre as comunidades com participação de representantes das Embaixadas locais e convidados do Brasil, tais como a profa. Ana Maria Carneiro, Unicamp, e Vinicius Kauê Ferreira, UERJ;
  • Realização de webinários de divulgação dos editais do programa Conhecimento Brasil, do CNPq;
  • Realização de webinários de divulgação dos editais das FAPs voltados para profissionais brasileiros/as de ECT&I radicados/as no exterior;
  • Participação do IV Encontro da Diáspora Científica do Brasil na França, em Paris, em 2024;
  • Participação do V Encontro da Diáspora Científica do Brasil em Berlim, em 2025;
  • Submissão de projetos para os editais do programa Conhecimento Brasil;
  • Participação e apoio em Projetos de Novação de ex-Bolsistas brasileiros.

Atividades e Eventos

As comunidades que integram a Rede Sabiá também realizam diversas atividades de forma independente ou coordenada, adaptadas aos contextos locais de cada país. Essas atividades podem ser encontradas nos canais de comunicação de cada comunidade (veja a lista não-exaustiva no fim deste documento). Em um contexto internacional envolvendo a integração entre as comunidades, pode-se citar alguns dos eventos de maior destaque promovidos nos últimos anos:

  • I Congresso Internacional sobre Migração e Diáspora Acadêmica Brasileira (2022, Portugal)
  • Colóquio “Diásporas Científicas e Colaborações Internacionais: Os Brasileiros no Exterior” (2024, Brasil)
  • 28º Seminário Acadêmico Internacional APEC: Diáspora Científica e a Diversidade Cultural na Pesquisa (2024, Espanha)
  • IV Congresso Internacional sobre Migração e Diáspora Acadêmica Brasileira (2025, Portugal)

Esses eventos têm se mostrado fundamentais para fortalecer a articulação da diáspora com instituições brasileiras e internacionais, promovendo redes de colaboração e o compartilhamento de experiências bem-sucedidas em diferentes contextos.

Conclusão

A Rede Sabiá representa um esforço coletivo da diáspora acadêmica e científica brasileira para manter laços ativos com o nosso país de origem e contribuir de forma estratégica para seu desenvolvimento. Por meio da mobilização do conhecimento, da cooperação internacional e do fortalecimento institucional, essas comunidades reafirmam o compromisso com um Brasil mais justo, inovador e globalmente conectado.

O reconhecimento e a integração dessas ações em políticas públicas de longo prazo são passos fundamentais para aproveitar todo o potencial dessa rede de talentos espalhada pelo mundo.

Referências e notas:

[1] A rede APOENA existe desde 2022, na Alemanha. Site: https://redeapoena.org/

[2] O PUB Paris foi fundado em 2022 é um dos PUBs (Pesquisadores e Universitários Brasileiros) existentes pelo mundo, oriundos do homônimo pioneiro em Boston, cujo movimento mundial é gerenciado pela SciBR. Site: https://pubparis.fr/

[3] A Rede Brasil-Suiça existe desde 2022. Site: https://linktr.ee/redebrasilsuica

[4] O Núcleo de Vivências, Estudos e Lutas de (Ex-)bolsistas do Brasil no Exterior foi fundado em 2021 e agrega bolsistas e ex-bolsistas brasileiros pelo mundo: Site: https://exbolsistas.org.

[5] Associação de Brasileiros no Japão. Site: https://brresearchersinjap.wixsite.com/abrj

[6] Pesquisadores brasileiros na Áustria, Eslovênia e Eslováquia. Facebook: https://www.facebook.com/100089730013018/about

[7] Pesquisadores brasileiros na Itália. Site: https://www.diasporaricercatori.com/

[8] Brasileiros pelo avanço e Internacionalização do Conhecimento. Site: https://www.brain-br.org/

[9] Associação de Brasileiros Estudantes de Pós-Graduação e Pesquisadores no Reino Unido, com mais de 40 anos. Site: https://www.abep.org.uk/

[10] Pesquisadores e Universitários Brasileiros em NY. Site: https://www.pubny.org/

[11] Pesquisadores e Universitários Brasileiros em Boston. Site: https://www.pubboston.org/

[12] Associação de Pesquisadores e Estudantes da Catalunha, com mais de 20 anos. Site: https://apecbcn.org/

[13] APEB-Coimbra: https://www.uc.pt/voluntariado/apeb-coimbra/ 

[14] Colóquio diasporas científicas 2024: https://sephis.org/coloquio_diasporas_cientificas/ 

[15] Seminário APEC 2024: https://apecbcn.org/seminario2024/ 

[16] BRASIL, MInistério das Relações Exteriores, 2025. “Série de Mapeamentos de Ambientes Promotores de Inovação no Exterior”. Disponível em https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/ciencia-tecnologia-e-inovacao/serie-de-mapeamentos-de-ambientes-promotores-de-inovacao-no-exterior . Acesso em 22/03/2025.[17] CIMDAB 2025: https://doity.com.br/cimdab2025

[3] A Rede Brasil-Suiça existe desde 2022. Site: https://linktr.ee/redebrasilsuica

[4] O Núcleo de Vivências, Estudos e Lutas de (Ex-)bolsistas do Brasil no Exterior foi fundado em 2021 e agrega bolsistas e ex-bolsistas brasileiros pelo mundo: Site: https://exbolsistas.org.

[5] Associação de Brasileiros no Japão. Site: https://brresearchersinjap.wixsite.com/abrj

[6] Pesquisadores brasileiros na Áustria, Eslovênia e Eslovaquie. Facebook: https://www.facebook.com/100089730013018/about

[7] Pesquisadores brasileiros na Itália. Site: https://www.diasporaricercatori.com/

[8] Brasileiros pelo avanço e Internacionalização do Conhecimento. Site: https://www.brain-br.org/

[9] Associação de Brasileiros Estudantes de Pós-Graduação e Pesquisadores no Reino Unido, com mais de 40 anos. Site: https://www.abep.org.uk/

[10] Pesquisadores e Universitários Brasileiros em NY. Site: https://www.pubny.org/

[11] Pesquisadores e Universitários Brasileiros em Boston. Site: https://www.pubboston.org/

[12] Associação de Pesquisadores e Estudantes da Catalunha, com mais de 20 anos. Site: https://apecbcn.org/

[13] https://sephis.org/coloquio_diasporas_cientificas/

[14] https://apecbcn.org/seminario2024/

[15] BRASIL, Ministério das Relações Exteriores, 2025. “Série de Mapeamentos de Ambientes Promotores de Inovação no Exterior”. Disponível em https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/ciencia-tecnologia-e-inovacao/serie-de-mapeamentos-de-ambientes-promotores-de-inovacao-no-exterior. Acesso em 22/03/2025.